(OSASCO)06/11/2009 03:28:33
JU = QUE TAMBEM SE LÊ YAWARA SIGNIFICA
SUAVE.
DÔ = QUE TAMBEM SE LÊ MITI SIGNIFICA
CAMINHO.
JUDÔ = CAMINHO SUAVE.
NA ASSOCIAÇÃO KENSHIN SÃO UTILIZADAS ALGUMAS PALAVRAS
CUJO SIGNIFICADO É IMPORTANTE CONHECER.
MOKUTÔ (LÊ-SE MOKUTOO) = ORAÇÃO EM SILÊNCIO.
MOKUSSO (LÊ-SE MOKUSSOO) = MEDITAÇÃO.
ONEGAI SHIMASSU = POR FAVOR.
REI = CUMPRIMENTO (PRONUCIA-SE COMO O “R” DE “AREIA”).
Kenshin e seu significado
ken = manifestação, aparecimento
shin = real, verdadeiro
kenshin = manifestação da verdade
A verdade do método do Sensei Shibayama, portanto da Kenshin dojô, resume-se em duas palavras japonesas: shinsei kaihatsu.
shin = Deus (verdade)
sei = natureza
kaihatsu = exteriorizar
SHINSEI KAIHATSU = “fazer exteriorizar a natureza divina de cada um”
Significa que todo homem é filho de Deus perfeito saudável sem mácula sem pecado.
O método consiste em acreditar que o homem verdadeiro aquele que habita o fundo de nossa alma, é incapaz de pecar e incapaz de praticar o mal.
Enxergando-se o homem bom perfeito, este se manifestará. é este o método da associação de judô Kenshin.
Todo homem no íntimo de seu íntimo é bom, não existem pessoas ruins, mas existem pessoas iludidas que acreditam em valores errôneos. e se pessoas a nossa volta nos parecem más, também somos responsáveis, pois não estamos enxergando naquele errante o homem feito a imagem e semelhança de Deus.
A prática do verdadeiro judô se dá quando há:1 - respeito ao adversário.2 - espírito de paz.
O respeito ao adversário é conseqüência do reconhecimento do ser perfeito que nele habita. graças a ele, (adversário), podemos aprimorar o nosso judô.
O espírito de paz de não agressão de não violência é necessário para o desenvolvimento e compreensão das técnicas de judô. paz no espírito significa um espírito sem ódio, sem temor, que
São máculas passageiras que nos induzem ao erro.
Por que surge o ódio, o rancor, a inveja, o egoísmo?
Surge do medo, surge da consciência da fraqueza do homem, surge da ignorância do homem ao esquecer que é um ser perfeito, que tem origem divina, surge porque o homem se esquece que deus está em seu coração e que olha por ele.
Aquele que tem deus em seu coração, é forte, praticará o bom judô, pois tem a vida de deus e é por ele vivificado.
O ódio, o rancor, a violência, o medo, o egoísmo, o pecado, são as ditas crenças errôneas, o odioso, o rancoroso, o violento, o medroso, o egoísta, são pessoas que vivem na ilusão, nas trevas, não sabem que dentro de si habita a natureza superior às fraquezas terrenas. Fazer despertar e exteriorizar essa natureza, é o método e o objetivo da Associação de Judô Kenshin.Sensei Shibayama
Triste foi trabalhar na lavoura apesar de um forte judoca sentia-se vazio, seu judô parecia não ter conteúdo, não ter significado.
Apesar de agricultor trabalhando no cabo da enxada, a insatisfação o atormentava, “que judô é este que me faz sentir vazio? Devia estar satisfeito comigo mesmo”.
Um dia, aos 37 anos, trabalhando na roça notou que a terra parecia rejeitar a violência aplicada no cabo da enxada, ao contrário quando se esqueceu de si próprio e tornou-se um só com instrumento, e seguiu o curso da enxada, (acompanhou o movimento da enxada), notou que o esforço necessário era mínimo, a enxada parecia obedecer-lhe sem que para isto precisasse aplicar muita força.
Compreendeu então o sentido do “kuzushi” (desequilíbrio), essência das técnicas do judô, usando-se o movimento, o deslocar-se do adversário, unindo-se ao movimento dele, o dispêndio de força energia é bem menor. Compreendeu o respeito e a não violência.
Decidiu então fundar uma academia e recomeçaram os treinos de judô, a princípio sem dinheiro e agricultor na chácara da família Menck em Osasco. Trabalhava na lavoura durante o dia e a noite, com sua família, tirava terra do barranco para fazer o tatami onde haveria de treinar, seu primeiro tatami no Brasil foi o barranco desmanchado por ele e sua família, forrado com um pouco de palha e coberto com uma lona.
Vendo a grande força de vontade do jovem Shibayama, a família Menck e algumas famílias da colônia japonesa resolveram ajudá-lo e cobriram com um telhado a nascente academia Kenshin que funcionava a céu aberto, membros da colônia, chegavam a lamentar em tom de brincadeira que perdiam a única academia de judô que tinha o céu por telhado, corria então o ano de 1956.
Sensei Shibayama sempre quis ter uma academia melhor, mas o fracasso na lavoura era constante e nunca sobrava dinheiro, até que conseguiu após anos funcionando na chácara da família Menck, junto com seu genro Sensei Sadao Doi, Sensei Takatomo Yokote, Sensei Dr. Siokiti Takimoto, Sensei Walter Baxter, transferirem-se por um período nas instalações da Cobrasma no centro de Osasco realizando os treinos na quadra esportiva da fábrica, já neste período com a participação ativa do Sensei Paulo Fugio Fukushima, acabando por mudar a academia para a rua da Estação onde por quase 25 anos permaneceu.
Desde então, muitos atletas e muitos faixas pretas formaram-se no tatami e com os ensinamentos do dojô Kenshin, (texto até este ponto traduzido e escrito pelo sr. Gerson Kaneoya).
De Ramiro A. Vaz:
Em uma memorável reunião, estes diretores e fundadores, juntamente com os atletas mais assíduos, que amorosamente enxergavam a missão social, educacional, desportiva do dojô kenshin, decidiram lutar e impulsionados por um grande espírito de união em torno de um ideal,
Empenharam-se, cotizaram-se e conseguiram comprar um imóvel a rua Licínio de Castro, 75, nossa atual sede, (uma das poucas academias de judô que sem fins lucrativos, possue uma sede própria), ocasião em que pela primeira vez Sensei Shibayama agradecido chorou copiosamente, até providenciarmos a conclusão das obras para fazermos a mudança, os treinos eram realizados na residência do sr. Jorge Fukushima, corria então o ano de 1989.
Dez anos passaram-se e em 1999, nosso mestre e idealizador, deixava no solo brasileiro seu instrumento físico, e passou seu ideal a habitar em nossos espíritos, através de seus ensinamentos, de suas palavras, de suas técnicas. lutamos muito hoje por manter vivos estes ensinamentos, pois vivemos época em que os padrões de respeito, de dever, de honra, de humildade, de determinação estão distorcidos.
Sabemos que vamos continuar, pois parece-nos muito clara a necessidade de que em cada criança que temos a honra e a confiança de recebermos, devamos depositar os valores profundos de respeito, de caráter, de dignidade, de união, de determinação, de convivência, de dedicação, de solidariedade enfim de amor ao próximo que Sensei Shibayama nos confiou.
Nestes dias recebemos jovens atletas que podem contribuir eventualmente, mas um número crescente de jovens que querem e tem potencial para treinar, dos quais muitos temos acolhido, nos procuram, sem condições financeiras.
MAIS
RECENTEMENTE INICIAMOS EM 22/05/2004 UM PROJETO COM 33 CRIANÇAS DE 05 A 14 ANOS JUNTO À UMA
ENTIDADE RESPEITADA DE AUXÍLIO AS CRIANÇAS CARENTES E MINISTRAMOS OS
ENSINAMENTOS, O QUE NOS É MUITO GRATIFICANTE, VEMOS A NECESSIDADE DE EXPANDIR
ESTE PROJETO, POIS PARTICIPAMOS DE TODOS OS CALENDÁRIOS OFICIAIS E AMISTOSOS DE
COMPETIÇÕES DA MODALIDADE JUDÔ, TEMOS NESTES MUITOS ANOS (48 NESTE ANO DE
2005), CONSEGUIDO MUITOS TÍTULOS, REGIONAL, PAULISTA E NACIONAL.
“AOS ESFARRAPADOS DO MUNDO E AOS QUE NELES SE DESCOBREM E ASSIM
DESCOBRINDO-SE, COM ELES SOFREM, MAS, SOBRETUDO, COM ELES LUTAM”
PAULO FREIRE.
“NÃO PODEIS FERIR SENÃO O CORPO. PODEREIS
AMARRAR-ME DE PÉS E MÃOS; QUEBRAR-ME A CABEÇA, MAS AS MINHAS CONVICÇÕES SÃO
INTANGÍVEIS, INACESSÍVEIS AOS VOSSOS PROCESSOS DE PERSEGUIÇÃO.”.
PAULO DE TARSO
“A PAZ COMEÇA DENTRO DE NÓS MESMOS E
IRRADIA PARA FORA, PARA CONTAMINAR OS OUTROS COM ESTE NOSSO COMPORTAMENTO
CONSTRUTIVO E HUMANO” .
H.S.
“VOSSO PRÓXIMO É VOSSO OUTRO EU,
MORANDO ATRÁS DE UMA PAREDE. PELA COMPREENSÃO, TODAS AS PAREDES CAIRÃO.”
GIBRAN KHALIL GIBRAN
“NÃO EXISTEM MURALHAS OU BARREIRAS
QUE ME IMPEÇAM DE ATINGIR O MEU IDEAL”
SENSEI SUKEJI SHIBAYAMA
Agora pai, levei meus filhos para treinar judô na mesma academia. Sensei me recebeu com alegria. Contou-me a história da academia desde que eu havia me ausentado. Enquanto as crianças treinavam, conversávamos. Quase sempre assuntos filosóficos, o de que mais gostava e a sua estreita relação com o Judô.
Mifune (esquerda) no treinamento com Kanō |