terça-feira, 25 de agosto de 2009

Fundador da associação Kenshin de Judô - Sukeji Shibayama


SENSEI SHIBAYAMA

Veio do Japão com 24 anos. Nessa ocasião aperfeiçoou-se tanto nas técnicas de judô que seu objetivo era unicamente a vitória. A única coisa que lhe interessava era derrotar o seu adversário em cima do tatami ou fora dele, perder, jamais. Sua mãe pediu-lhe então que abandonasse o judô. Triste foi trabalhar na lavoura apesar de um forte judoca sentia-se vazio, seu judô parecia não ter conteúdo, não ter significado. Apesar de agricultor trabalhando no cabo da enxada, a insatisfação o atormentava, “que judô é este que me faz sentir vazio? devia estar satisfeito comigo mesmo”.
Um dia aos 37 anos, trabalhando na roça notou que a terra parecia rejeitar a violência aplicada no cabo da enxada, ao contrário quando se - esqueceu de si próprio e tornou-se um só com o instrumento, e seguiu o curso da enxada, (acompanhou o movimento da enxada), notou que o esforço necessário era mínimo, a enxada parecia obedecer-lhe sem que para isto precisasse aplicar muita força. Compreendeu então o sentido do “kuzushi”, (desequilíbrio), essência das técnicas do judô, usando-se o movimento, o deslocar-se do adversário, unindo-se ao movimento dele, o dispêndio de força energia é bem menor. Compreendeu o respeito e a não violência. Decidiu então fundar uma academia e recomeçaram os treinos de judô, a princípio sem dinheiro e agricultor na chácara da família Menck em Osasco.
Trabalhava na lavoura durante o dia e a noite, com sua família, tirava terra do barranco para fazer o tatame onde haveria de treinar, seu primeiro tatame no Brasil foi o barranco desmanchado por ele e sua família, forrado com um pouco de palha e coberto com uma lona. Vendo a grande força de vontade do jovem Shibayama, a família menck e algumas famílias da colônia japonesa resolveram ajudá-lo e cobriram com um telhado a nascente academia kenshin que funcionava a céu aberto, membros da colônia, chegavam a lamentar em tom de brincadeira que perdiam a única academia de judô que tinha o céu por telhado, corria então o ano de 1956.
Sensei Shibayama sempre quis ter uma academia melhor, mas o fracasso na lavoura era constante e nunca sobrava dinheiro, até que conseguiu após anos funcionando na chácara da família menck, junto com seu genro sensei Sadao Doi, sensei Takatomo Yokote, sensei Dr. Siokiti Takimoto, sensei Walter Baxter, transferirem-se por um período nas instalações da cobrasma no centro de Osasco realizando os treinos na quadra esportiva da fábrica, já neste período com a participação ativa do sensei Paulo Fugio Fukushima, acabando por mudar a academia para a rua da estação onde por quase 25 anos permaneceu. Desde então, muitos atletas e muitos faixas pretas formaram-se no tatami e com os ensinamentos do dojô Kenshin, (texto até este ponto traduzido e escrito pelo Sr. Gerson Kaneoya). Com o avanço do tempo, a área alugada na rua da estação estaria sendo desapropriada para novas obras, tendo a academia Kenshin, sem reservas financeiras, muito mais ajudando, sem onus os atletas, do que cobrando mensalidades altas, ficado sem local nem destino para seus treinos, época em que a família Fukushima e o sensei Takatomo Yokote orientados pelo sensei Shibayama conduziam os treinamentos.
Em uma memorável reunião, estes diretores e fundadores, juntamente com os atletas mais assíduos, que amorosamente enxergavam a missão social, educacional, desportiva do dojô Kenshin, decidiram lutar e impulsionados por um grande espírito de união em torno de um ideal, empenharam-se, cotizaram-se e conseguiram comprar um imóvel a Rua Licínio de Castro, 75, nossa atual sede, (uma das poucas academias de judô que sem fins lucrativos, possue uma sede própria), ocasião em que pela primeira vez sensei Shibayama agradecido chorou copiosamente, até providenciarmos a conclusão das obras para fazermos a mudança, os treinos eram realizados na residência do Sr. Jorge Fukushima, corria então o ano de 1989. Dez anos passaram-se e em 1999, nosso mestre e idealizador deixava no solo brasileiro seu instrumento físico, e passou seu ideal a habitar em nossos espíritos, através de seus ensinamentos, de suas palavras, de suas técnicas. Lutamos muito hoje por manter vivos estes ensinamentos, pois vivemos época em que os padrões de respeito, de dever, de honra, de humildade, de determinação estão distorcidos. Sabemos que vamos continuar, pois parece-nos muito clara a necessidade de que em cada criança que temos a honra e a confiança de recebermos, devamos depositar os valores profundos de respeito, de caráter, de dignidade, de união, de determinação, de convivência, de dedicação, de solidariedade enfim de amor ao próximo que sensei Shibayama nos confiou. Nestes dias recebemos jovens atletas que podem contribuir eventualmente, mas um número crescente de jovens que querem e tem potencial para treinar, dos quais muitos temos acolhido, nos procuram, sem condições financeiras.

Neste ano de 2013 a Associação Kenshin de Judô completa 56 anos de existencia, conseguindo neste periodo muitos títulos, regional, paulista e nacional.
Parabéns aos judocas da Kenshin.

“Não existem muralhas ou barreiras que me impeçam de atingir o meu ideal
Sensei Sukeji Shibayama


Reconhecimento Público

SUKEJI SHIBAYAMA

Por longo tempo, SUKEJI SHIBAYAMA, difundiu no
Brasil, com empenho, os ensinamentos do judô da
Kodokan contribuindo para seu progresso.
Nesta data comemorativa do centenário da
Kodokan, faço público o reconhecimento do mérito
Do seu trabalho.

27 de Abril de 1984

Yukimitsu Kano
Presidente da Kodokan

● Em japonês o kanji tem várias leituras. Yukimitsu seria a
leitura mais comum. Tradução: Iochihiko Kaneoya





Visita do Consul do Japão , sensei Maurício de Uke ainda faixa marron, o amigo Yohihiko Kanoya sendo intérprete e ao fundo vejo o Akioshi pai do sensei Yugo, Jairo e Yuka e Mayra, avó de nossos novos atletas Diogo, Valentina , Yumi, Yukio e Miguel... 





Desembarque de sensei Shibayama no Brasil, ainda como sobrenome de solteiro Ishii


















Significado da fundação da Academia Kenshin
Aos 16-17 anos, deixando de lado o futuro em minha terra, vim para o Brasil.
Praticante de judô, o mistério do “kuzushi” era o ponto crucial que prendia
toda minha atenção de judoca. Isto ocorreu até minha idade de 37 anos
quando, repentinamente, como acometido por inspiração divina, me veio o
esclarecimento que despertou meu espírito. “Kuzushi” é abandonar-se,
jogar-se, entregar-se de corpo e alma. Na prática do judô fui entendendo
com mais profundidade os ensinamentos do sensei Jigoro Kano,
consentâneo com o pensamento japonês do “vazio”, do abandono de si,
esquecer-se de si, que resulta no princípio expresso por suas palavras:
“mútuo progredir na convivência com o próximo”. Somente na convivência
com o próximo pode se dar nosso aprimoramento.
Distante da minha terra, vi no Brasil o país de grande harmonia e um povo
receptivo. Transmitir a filosofia do judô de Jigoro Kano e formar judocas, é,
creio, formar bons homens, construtores do nosso país. É como posso com
minha humilde capacidade, expressar toda minha gratidão ao Brasil.
Como nativo tenho naturalmente saudade da minha terra. O Japão pode ter
perdido um filho quando parti, mas acredito, como ensinante do judô, ter
ajudado a lançar aqui a filosofia da arte marcial de Jigoro Kano: a técnica
que forma o atleta e a doutrina que ensina a excelência do caráter do homem,
minha modesta contribuição na construção de homens para o Brasil.

Traduzido por Iochihiko Kaneoya



Reconhecimento Público

SUKEJI SHIBAYAMA

Por longo tempo, SUKEJI SHIBAYAMA, difundiu no
Brasil, com empenho, os ensinamentos do judô da
Kodokan contribuindo para seu progresso.
Nesta data comemorativa do centenário da
Kodokan, faço público o reconhecimento do mérito
Do seu trabalho.

27 de Abril de 1984

Yukimitsu Kano
Presidente da Kodokan

● Em japonês o kanji tem várias leituras. Yukimitsu seria a
leitura mais comum. Tradução: Iochihiko Kaneoya















































































Foto de nossa querida Kenshin no nosso endereço atual. 1989 — em Licínio de Castro, 75, Osasco, SP

Foto tirada em 1997.
Onde os Guerreiros "não descansam"... Nova fachada, faltando grafites e Letreiro. — em Associação de Judo Kenshin.
Foto 25 de junho de 2012.





Foto com a placa com o nome da Associação de Judô KENSHIN após a reforma 12 de agosto de 2012.
Academia do teto de estrelas esta linda!!!



















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